Os pacientes não são passageiros

Os esforços de segurança em assistência em saúde vêm há bastante tempo se concentrado em melhorar tanto o comportamento dos…

Os esforços de segurança em assistência em saúde vêm há bastante tempo se concentrado em melhorar tanto o comportamento dos prestadores, como também os sistemas de atendimento. Um modelo comprovado de segurança está no setor aéreo. Há, sem dúvidas, muitos paralelos entre a segurança aérea e a assistência em saúde trabalhando em direção a objetivos comuns. Esse trabalho deve continuar em ambos os setores para garantir a segurança das pessoas a quem eles servem.

O modelo de segurança aéreo, no entanto, só consegue olhar para os pacientes médicos através das lentes de satisfação e serviço. A satisfação do paciente, embora importante, é apenas uma peça de um complexo problema de saúde. Por exemplo, os passageiros de um avião gostam de acompanhar a rota de voo. Então, as companhias aéreas fornecem representações do voo por meio de tecnologia ativa de mapas e anúncios dos pilotos. Isso se assemelha aos portais de pacientes, populares na área da saúde. Como os passageiros, os pacientes recebem informações, mas não muito úteis. Um passageiro de uma companhia aérea não consegue direcionar o trajeto do voo mais do que um paciente pode decidir quais exames pedir em seguida.

Especialistas em segurança no setor da saúde consideram modelos do setor aéreo desde meados dos anos 90. A segurança em assistência em saúde tem estado na vanguarda desde o relatório de 1999 do Instituto de Medicina dos Estados Unidos da América, “To Err is Human”. A assistência em saúde não é sensivelmente mais segura hoje do que quando o relatório foi publicado. O que pode ser feito? Adote uma nova metáfora: o modelo do condutor.

Os pacientes devem ser incluídos no processo de tomada de decisão de sua assistência em saúde. Os pacientes precisam ser reconhecidos por quem são – condutores de seus próprios cuidados. Os condutores recebem dados que são convertidos em informações úteis. Eles estão cientes das regras claras e facilmente entendíveis na estrada. Eles também entendem suas jornadas, param ao longo do caminho e desviam – caso necessário.

Dados de laboratório em tempo real, imagens e similares estão normalmente disponíveis aos pacientes através de portais. Mas os portais de pacientes são como as luzes de alerta em um carro. Uma luz de alerta avisa o motorista de que alguma coisa está errada. As condições causaram uma falha.

No caso de um carro, cabe ao mecânico determinar o que causou a falha mecânica e o motorista pode não saber por que a luz foi ativada. Da mesma forma, o prestador de assistência em saúde deve determinar a sequela de uma doença. O paciente pode ter acesso a seus laboratórios e a outros dados, mas que não indicam relevância.

Os indicadores, por outro lado, fornecem informações em tempo real e permitem que as tendências se desenrolem. Tomemos por exemplo o medidor de temperatura. Começa na posição fria e, em seguida, avança até certo ponto médio. A velocidade a qual se eleva e o local onde o ponteiro geralmente aponta se tornam parte da operação normal do veículo e são familiares para o motorista.

Deixe o medidor de temperatura desviar do normal e o motorista provavelmente notará. Considere o ponteiro subindo acima do ponto médio habitual e então, rapidamente, descendo, apenas para subir novamente pouco tempo depois. Essa ação por si só pode nunca acionar um indicador de superaquecimento, mas fornece um feedback valioso de que algo está errado com o sistema de resfriamento.

Os pacientes também precisam ter suas informações de saúde apresentadas em formatos facilmente legíveis e compreensíveis. Os pacientes devem ter um sistema melhor para que possam participar de forma significativa em seus cuidados.

Não é que os prestadores de assistência em saúde não possuam políticas e processos destinados a informar os pacientes. Eles possuem. E não é que haja falta de dados. Há dados mais do que suficientes coletados de pacientes. O problema fundamental é como os prestadores/clínicos compartilham informações e como os dados são transformados em informações para os pacientes entenderem e compartilharem com outros.

Portais de pacientes são úteis, mas não completos. Um melhor design de portal com o usuário final em mente está em ordem. Os prestadores/clínicos necessitam fazer um trabalho melhor, convertendo dados em informação, de modo que façam o máximo de sentido para o cliente. Veja os pacientes como condutores de sua assistência em saúde e trabalhe para fornecer a eles informações úteis e relevantes.

Por: Christopher Noll – enfermeiro e gerente de risco.

Fonte: Kevin MD

Traduzido por: Marcelo Medina