Meu nome é Rita Luisa Larroude, sou bibliotecária e sigo trabalhando apesar de já estar aposentada. Moro em São Roque, no interior de São Paulo, sou solteira e tenho uma filha.
Em 2017, um exame cardíaco apontou uma hipertensão discreta. Então, a pneumologista me encaminhou a um Centro de Diagnóstico. Como o plano médico não oferecia tratamento, fiz uma pesquisa na internet e descobri o Dr. Carlos Jardim do Incor. E após um exame de apneia e uma cintilografia pulmonar, fui diagnosticada com um quadro de hipertensão arterial pulmonar tromboembólica crônica, com exclusão de perfusão. Fui então encaminhada para o INCOR do Hospital das Clínicas de São Paulo.
No primeiro momento, após receber o diagnóstico, meu mundo caiu. Chorei, e meu marido na época disse ao médico que eu estava chorando porque havia descoberto que ia morrer. Entretanto, enquanto existe ar, existe vida. Comecei a lutar contra a minha fúnebre descoberta. Primeiro fui a uma fisioterapeuta especializada em doenças do sono. Passei a usar oxigênio e CPAP, aquela máscara infernal acompanhada por um concentrador de oxigênio – CPAP é a abreviação de Continuous Positive Airway Pressure, ou seja, pressão positiva contínua nas vias aéreas. É um aparelho compressor de ar, utilizado no tratamento para apneia do sono, do tipo obstrutiva. Ele evita o fechamento da passagem do ar para os pulmões e melhora da troca gasosa, combatendo a dificuldade para respirar. Depois marquei minha consulta no Instituto do Coração (INCOR) e hoje faço reabilitação respiratória.
Aprendi que temos que ser uma fênix, renascer das cinzas, ser acompanhada de uma psicóloga e de outros fisioterapeutas, não desanimar ao enfrentar uma pandemia, e encontrar uma ABRAF para poder continuar com os semelhantes. Ah e tirar do caminho um marido que não te apoia. Tenho apoio da minha filha, meu genro e até do netinho de 3 meses. A vida tem que continuar.
Consegui meu acesso ao tratamento por interesse próprio e depois de encontrar o profissional correto. Durante a pandemia, descobri um médico pneumologista em São Roque, o Dr. Carlos Toufen, que é especialista em HP e também faz parte do INCOR. Faço meu tratamento com uma equipe de fisioterapeutas especializadas, e agora irei retornar ao tratamento no INCOR, que havia ficado suspenso durante a pandemia.
Meu sonho é que se encontre a cura definitiva da doença.