Lara Tizioto

Sou Lara, moro em Batatais, no interior de São Paulo, e tenho diagnóstico de hipertensão arterial pulmonar desde 2023. Sou casada há 19 anos e tenho um filho de 18. Tenho formação em Pedagogia e trabalho na área da educação, como agente de organização escolar desde 2008. Iniciei também na área do Turismo em 2009 e, até 2020, antes da pandemia, eu guiava meus grupos por vários destinos do Brasil. Depois da pandemia, trabalho em home office, em minha agência de viagens.

A confirmação do meu diagnóstico foi rápida e sou muito grata por isso, mas aconteceu no pior momento da minha vida. Eu estava em licença sem remuneração da escola e cuidava da minha mãe, que estava com sequelas pelo segundo AVC. Ela não dormia, não andava e não falava, e foi aí que surgiu em mim a pressão arterial (PA) alta. Procurei um cardiologista em janeiro de 2021, fiz tratamento por um ano e meio e nunca os remédios controlavam minha pressão. Em agosto de 2022, fiz um ecocardiograma, e foi nesse exame que tudo começou.

Com o diagnóstico de hipertensão arterial pulmonar (HAP), senti muito medo de morrer, paralisei minha vida, vivi esse luto por um ano. Só chorava, me isolei do mundo e queria apenas ficar com meu filho, meu esposo e minha mãe. Cuidei dela até o último dia de sua vida. Mas como eu estava sem trabalhar, nossas contas de casa com remédios, médicos e supermercados viraram uma bola de neve. Passamos muita necessidade, chegando ao ponto de não ter nada para comer.

Faço tratamento para HAP em um ótimo centro de referência, em Ribeirão Preto- SP. Desde a minha primeira consulta, minha médica, a dra Adriana, sempre foi maravilhosa, me ajudando a sair da situação angustiante da depressão em que eu estava. Ela ficava feliz toda vez que me via progredindo. Hoje, após um ano e quatro meses de tratamento, não sinto piora da doença, meu último teste de caminhada foi em junho e andei 648 metros. Ou seja, estou em ótimas mãos. Tenho acesso a tratamento pelo SUS desde o início e nunca precisei buscar a Justiça.

Através da HAP, encontrei apoio de pessoas, várias delas em estágio bem avançado, que me mostraram o lado bom da vida. Hoje sou muito grata a Deus e a todas essas pessoas, sou grata por não ter sintomas agudos da doença e de poder viver normalmente sem grandes limitações. Aprendi que eu sou mais forte que a doença e quanto mais eu estiver ativa, feliz, trabalhando e mantendo minha cabeça ocupada, sempre será o melhor, pois existe, sim, vida após o diagnóstico. E vai ser assim até onde Deus quiser.

Tenho apoio da família, desde o primeiro momento ficamos muito tristes e preocupados, mas meu filho e meu esposo sempre me ajudaram a voltar a ser quem eu era, a ter o sorriso no rosto, a viver. E o diagnóstico trouxe algo bom pra gente, a atividade física: desde janeiro de 2023, caminhamos cinco vezes na semana por uma hora, e isso tem nos ajudado muito.

Meu maior sonho é ver meu filho namorar, casar, ter filhos, e eu curtir meus netos, levá-los para passear, cuidar e viver muito ao lado deles, juntamente com meu esposo. É tudo que eu sempre pedi a Deus, desde o dia em que descobri a HAP. Mas também sonho com o dia da nossa cura chegar e esse diagnóstico ser apenas uma doença normal como as outras.