20 de outubro, 2019 Kevin Kunzmann @NotADoctorKevin Relatos dos pacientes, sobre bem estar e avanço do tratamento, podem ser mais…
20 de outubro, 2019
Kevin Kunzmann
Relatos dos pacientes, sobre bem estar e avanço do tratamento, podem ser mais úteis aos subespecialistas que medicam asma grave com produtos biológicos do que suas próprias avaliações, segundo resultados do estudo contínuo CHRONICLE.
Os dados do estudo observacional, apresentados pelo pesquisador Dr. Reynold Panettieri, na Reunião Anual CHEST 2019, em Nova Orleans, mostraram benefícios específicos da perspectiva do paciente em testes comuns, como o Teste de Controle da Asma (TCA) on-line e Avaliação Global de Eficácia do Tratamento (AGET) em cinco pontos.
As descobertas também preenchem uma lacuna clínica desses testes, em matéria de avaliação do mundo real, tanto para pacientes quanto para seus médicos. “Isso é muito bom porque, afinal, estamos tentando caracterizar os atributos dos fornecedores, no que diz respeito ao uso de produtos biológicos e outros medicamentos nesse âmbito”, disse Panettieri.
Cerca de 5% a 10% dos pacientes com asma sofrem de forma grave da doença. O estudo CHRONICLE é uma avaliação contínua de pacientes com asma grave, tratados por alergistas ou pneumologistas, nos Estados Unidos. Todos os pacientes elegíveis têm pelo menos 18 anos de idade, recebendo biológicos e ou corticosteróides sistêmicos (CS) de manutenção ou sem controle, submetidos à alta dosagem de corticosteróides com controladores adicionais (HD ICS +).
Na inscrição dos pacientes, os médicos relataram sua avaliação do controle da asma, enquanto os pacientes completaram um TCA on-line. Médicos e pacientes completaram o AGET, cada grupo sem saber as respostas do outro.
Panettieri e seus colegas observaram 659 indivíduos. Desses, 398 (60%) completaram pesquisas on-line no momento da inscrição, sendo 69% do sexo feminino, 82% brancos, com 54 anos de idade em média. A maioria estava em manutenção com produtos biológicos (71%) ou CS (13%); 18% estavam em HD ICS +.
Os médicos relataram o status de controle do paciente e eficácia do tratamento por meio de relatórios verbais dos indivíduos (49% dos pacientes), teste da função pulmonar (44%), TCA em consultório (40%) ou crises recentes (39%).
Em 62% dos casos, houve consenso entre médicos e pacientes quanto à situação de controle (ou não) da asma grave. Dos pares com discordância, 32% dos casos foram registrados como controlados pelo médico, mas não pelo paciente TCA. Entre os casos que os médicos apontaram sob controle, a maioria (53%) não foi considerada bem controlada pelos pacientes. Entre os pacientes com CS de manutenção ou HD ICS +, 79% das populações combinadas se enquadram nessa categoria. O controle por paciente TCA foi mais alto entre os usuários de produtos biológicos: 40% versus 9% (CS) ou 11% (HD ICS +).
Os pesquisadores concluíram que os resultados mostram uma “superestimação significativa” do controle da doença entre os médicos, em confronto com pacientes TCA. Embora avaliações anteriores tenham evidenciado esse achado, o estudo CHRONICLE também indicou que o autorrelato do paciente sobre o controle da asma está mais alinhado, ainda assim superestimando o controle alcançado. Embora os pacientes relatassem melhoras com o tratamento com mais frequência do que os médicos, isso não equivalia ao controle de fato atingido.
Panettieri recomenda, aos médicos ou especialistas, o uso do TCA ou instrumento validado de maneira semelhante, para orientar as decisões terapêuticas na asma grave. Embora a perspectiva do paciente seja crítica no processo, não se deve confiar nela para ditar a eficácia e o controle do tratamento.
O estudo “Comparison of Asthma Control and Treatment Effectiveness Assessments Between US Patients with Asthma and Treating Subspecialists: Real-World Data from the Chronicle Study,” (“Comparação das avaliações de controle e eficácia do tratamento da asma entre pacientes norte-americanos com asma e subespecialistas em tratamento: dados do mundo real do estudo Chronicle”), foi apresentado no CHEST 2019.