O que é DPOC?

DPOC é a sigla para doença pulmonar obstrutiva crônica, que acomete pacientes com bronquite crônica e/ou enfisema pulmonar. Geralmente a DPOC é causada devido à exposição prolongada à inalação de material particulado ou gases irritantes, tendo o tabagismo como principal causador. É uma doença de caráter obstrutivo, ou seja, ocorre o comprometimento das estruturas de troca gasosa, causados de forma geral por destruição do tecido pulmonar, inflamação crônica das vias aéreas, broncocontrição, edema de mucosa e hipersecreção brônquica

 

→ Bronquite Crônica: o paciente com bronquite crônica apresente redução do calibre dos brônquios e bronquíolos por conta da hipersecreção do muco, responsável por causar expectoração em excesso

→ Enfisema Pulmonar: Nesse caso ocorre destruição e dilatação do tecido pulmonar, sendo gerados os superalvéolos, que não são tão eficientes quanto os alvéolos saudáveis, visto que eles possuem a área de troca gasosa reduzida

 

Os principais sintomas da DPOC são tosse, dispnéia, sibilância (sons altos, semelhantes a um assobio que ocorrem durante a respiração quando há bloqueio parcial das vias aéreas) e expectoração crônicos. Nas fases mais avançadas essa condição pode se caracterizar como um quadro inflamatório sistêmico, gerando consequências como perda de peso e redução da massa muscular

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia Tisiologia (SBPT), a DPOC é a quarta causa de óbitos, globalmente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de 90% dessas mortes acontecem em países de renda média a baixa, porque as estratégias de prevenção não são eficazes e os tratamentos não estão disponíveis ou não são acessíveis para todos.

O tratamento para a DPOC varia de acordo com a gravidade da doença que acomete o paciente e se divide em dois grupos:

 

  1. Tratamento não medicamentoso:

 

  • Interrupção do tabagismo, visto que o tabagismo ativo reduz significativamente a efetividade das intervenções terapêuticas na DPOC, especialmente a corticoterapia inalatória, e está associado ao pior prognóstico e deterioração mais rápida da função pulmonar

 

  • Reabilitação pulmonar e fisioterapia respiratória: A inserção de pacientes com DPOC em um programa de reabilitação pulmonar contribui para a melhora da qualidade de vida, redução de exacerbações e hospitalização, e melhora da capacidade para realizar exercícios físicos.

 

  • Tratamento cirúrgico: indicado em casos de pacientes com permanência de sintomas graves mesmo após terapia com outros tratamentos, medicamentosos ou não. Esses pacientes devem ser encaminhados para

serviços especializados (Pneumologia e Cirurgia Torácica) para avaliar possibilidade de tratamento cirúrgico, como cirurgia redutora de volume e transplante pulmonar.

 

  1. Tratamento medicamentoso

Os tipos de medicamentos existentes para o tratamento da doença são:

  • Broncodilatadores de curta ação, indicados para sintomas decorrentes da obstrução ao fluxo aéreo
  • Broncodilatadores anticolinérgico, que levam ao alívio de dispneia e aumentam a tolerância ao exercício
  • Broncodilatadores de longa ação, que causam um efeito broncodilatador mais duradouro
  • Corticoides inalatórios, que proporcionam pequena redução das exacerbações (eventos agudos caracterizados por piora dos sintomas respiratórios em relação ao habitual) em pacientes com DPOC moderada e grave
  • Corticosteroides sistêmicos não inalatórios, utilizados por via sistema para controlar exacerbações moderadas a graves