Medicamentos salvam vidas todos os dias. A tecnologia empregada nesses produtos evolui constantemente e para garantir que o resultado do…
Medicamentos salvam vidas todos os dias. A tecnologia empregada nesses produtos evolui constantemente e para garantir que o resultado do tratamento seja o melhor possível, é preciso adotar medidas que garantam o uso seguro para pacientes. O cuidado ocorre em todas as etapas, desde a consulta, o armazenamento dos remédios em casa, o uso e o descarte de produtos vencidos. A Abraf convidou Lara Rodrigues, farmacêutica-bioquímica pela Universidade de São Paulo e gerente de Segurança do Paciente e Serviço de Atendimento ao Consumidor da Boehringer Ingelheim, para um bate-papo sobre como tornar o uso de medicamentos mais seguro em todas as etapas da jornada de cuidado. Confira as principais dicas:
Durante a consulta médica, o primeiro passo é passar o máximo de informações sobre sua saúde à equipe médica. O médico precisa saber quais medicamentos o paciente usa regularmente, se já apresentou alergias a algum remédio, se a paciente está grávida ou tentando engravidar, qual o histórico médico da família e os hábitos de vida da pessoa (prática de atividade física, consumo de bebidas alcoólicas e cigarro, por exemplo). Diante desse cenário completo, a equipe poderá elaborar o tratamento mais adequado a cada paciente.
Esse também é o momento de esclarecer dúvidas sobre a prescrição. Não tenha receio de fazer perguntas. É a hora de entender o efeito do medicamento no organismo, saber qual o horário indicado para tomar o remédio, se é para ser ingerido em jejum ou após refeições, de que forma certos alimentos podem interferir no efeito do medicamento, se há efeitos indesejáveis e como minimizá-los.
Os pacientes devem sempre seguir a dose e a frequência descritas na prescrição médica. Para auxiliar nesse processo, existem alternativas como aplicativos de celular, papéis adesivos ou até mesmo tabelas de horários com os períodos corretos e a dosagem de cada medicamento. O importante é que esses lembretes fiquem em um local visível. No site da Abraf, você encontra um modelo de tabela de medicamentos, para imprimir e preencher. O apoio de pessoas de confiança no tratamento pode ser muito útil para lembrar de tomar o medicamento e garantir adesão à terapia.
Outro ponto que deve ser mantido em mente é que muitas doenças crônicas podem ser silenciosas e deixar de apresentar sintomas quando o tratamento é feito de forma correta e sem interrupções. Dessa forma, é essencial lembrar de manter o tratamento constantemente. Por exemplo, mesmo que o resultado das medidas de pressão arterial não apresente alterações, é necessário continuar tomando os medicamentos de acordo com a recomendação médica. É justamente o tratamento que mantém os índices controlados e a saúde do paciente.
Guardar os medicamentos de forma adequada garante que a qualidade do produto seja mantida durante o prazo de validade. Os remédios devem ser mantidos sempre nas embalagens originais. Afinal, elas foram projetadas para proteger as substâncias, impedir contaminações ou deterioramento. Por esse motivo, é aconselhado que os comprimidos ou cápsulas não sejam partidos sem orientação médica. Além disso, apesar de práticos, os porta-comprimidos não são indicados justamente por deixar as pílulas expostas e muitas vezes em contato com outros remédios, o que pode comprometer a segurança e eficácia do medicamento.
Em geral, é recomendado que medicamentos sejam protegidos de luz, umidade e calor. Sendo assim, ambientes com variações de umidade e temperatura, como carro, bolsa, banheiro e cozinha não são indicados para armazenar remédios. Além disso, é preciso evitar a proximidade com outros produtos químicos, como materiais de limpeza. No caso de medicamentos que precisam ser refrigerados, o recomendado é manter na prateleira da geladeira e não na porta, pois ali há muita variação de temperatura.
Ler com atenção a bula é essencial para lidar com possíveis efeitos colaterais de medicamentos. Em caso de dúvida, o paciente pode consultar o médico, o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa farmacêutica, ou ainda a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O lugar ideal para o descarte de medicamentos vencidos ou em desuso não é o lixo comum nem o vaso sanitário. Isso pode contaminar o meio ambiente e expor outras pessoas ao risco de intoxicação. Os medicamentos, portanto, devem ser levados aos pontos de coleta existentes em drogarias e farmácias. Isso vale para frascos e cartelas que entram em contato diretamente com o medicamento, além das embalagens externas (caixinhas). Nesse link você consegue localizar o ponto de coleta mais próximo.
Assista aqui a live completa com a farmacêutica-bioquímica Lara Rodrigues com várias dicas para uso seguro de medicamentos.
Para mais informações sobre segurança no uso de dispositivos inalatórios em spray/aerossol, assista a este vídeo da dra. Ângela Honda, pneumologista e líder de Projetos Educacionais da Fundação ProAr.
