Dia Mundial de Combate à Asma

A primeira terça-feira do mês de maio é lembrada como o Dia Mundial de Combate à Asma. A data busca…

A primeira terça-feira do mês de maio é lembrada como o Dia Mundial de Combate à Asma. A data busca promover a conscientização sobre o controle da doença, assim como a prevenção de crises e de mortes em decorrência da asma. A campanha ocorre em todo o mundo e é proposta pela Iniciativa Global Pela Asma (GINA). A doença se caracteriza pela inflamação crônica das vias aéreas, causando falta de ar, chiado na respiração, sensação de aperto no peito e tosse. 

De acordo com a pneumologista Marina Lima, coordenadora da Unidade de Pesquisas Clínicas do Hospital Dia do Pulmão de Blumenau/SC, neste dia é importante lembrar que a prioridade para os asmáticos é controlar a doença, o que pode ser feito com acesso e uso adequado das medicações.

 

Diagnósticos mais precisos

Apesar de ser uma doença relativamente conhecida, a asma ainda enfrenta situações tanto de super diagnóstico quanto de subdiagnóstico. Isso ocorre em casos onde, mesmo com sintomas característicos da doença, os médicos não conseguem fazer o diagnóstico adequado. Ou, por outro lado, casos de pessoas que têm sintomas de falta de ar proveniente de outra condição clínica e acabam sendo diagnosticadas erroneamente como asmáticas. “A importância do Dia Mundial de Combate à Asma é justamente a conscientização da população leiga. Na medida em que passamos conhecimento médico e técnico, a pessoa pode ficar alerta para essa possibilidade de diagnóstico”, afirma. 

Segundo a médica, outro benefício da conscientização é empoderar o paciente para que ele lide melhor com o tratamento e, ao compreender a situação e a necessidade de medicação, auxilie a equipe médica no controle da asma. A dra. Marina Lima chama a atenção para a dificuldade de redução do índice de mortes por asma no Brasil, que hoje chega a 7 óbitos por dia, mesmo com tratamento disponível para prevenir esse quadro. “Asma é uma doença crônica, pode ser controlada, tem medicação e ninguém precisa morrer por asma mais. Então a gente precisa, de fato, de um empenho tanto da sociedade médica quanto dos pacientes para fazer esse controle medicamentoso e, assim, eliminar essa estatística infeliz”, conclui.

 

Importância da manutenção do tratamento

O principal desafio vivenciado por médicos no Brasil e no mundo é convencer os pacientes asmáticos de que eles têm uma doença crônica e precisam de tratamento diário contínuo. “O alerta para os asmáticos é justamente esse: a doença não tem cura, mas ela tem controle”, reforça a médica ao lembrar que a medicação necessária para o controle da doença é fornecida pelo SUS.

 

Tratamento atualizado

Em agosto de 2021, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Asma (PCDT) foi atualizado e renovou o tratamento disponibilizado aos pacientes no sistema público de saúde. Para a pneumologista, houve um avanço importante na inclusão de medicamentos, sobretudo destinados para Asma Grave, e também no quesito de distribuição dessa medicação. “Esse PCDT trouxe a inclusão de imunobiológicos no SUS, que são muito importantes. Então a gente realmente tem um cenário muito diferente e que deve se refletir nos próximos anos nas estatísticas de controle e diminuição de mortalidade”, avalia.

 

Novos tratamentos

Na tentativa de solucionar problemas ainda não sanados pelos tratamentos atuais, novas pesquisas clínicas seguem em desenvolvimento. “Hoje a gente tem uma perspectiva muito interessante de pesquisas ocorrendo e o Brasil sempre inserido nesse cenário internacional”, relata dra. Marina Lima. Segundo ela, o lançamento de substâncias com novas moléculas deve ocorrer em breve no mundo todo. A médica lembra do importante avanço obtido com o novo imunobiológico lançado em 2023 no Brasil e que deve entrar no mercado até o final do ano.