Promover a qualidade de vida de pacientes e familiares por meio de um conjunto de práticas integradas de cuidado que…
Promover a qualidade de vida de pacientes e familiares por meio de um conjunto de práticas integradas de cuidado que aliviam o sofrimento físico, psicológico, social e espiritual. Essa é a premissa do paliativismo ou, como conhecemos, dos cuidados paliativos. Para incentivar a criação de uma política nacional de cuidados paliativos será realizada a I Conferência Livre Nacional “Cuidados Paliativos: um direito humano – políticas públicas JÁ”.
A médica intensivista e criadora da Frente Paliativistas, dra. Julieta Fripp, explica que esse tipo de assistência oferece dignidade ao paciente ao controlar dores e outros sintomas, e é um trabalho executado por uma equipe multidisciplinar de profissionais. “Cuidados paliativos é uma estratégia que busca melhorar a qualidade de vida de pessoas que apresentam doenças que ameaçam a vida, que podem ser agudas ou crônicas. Se a gente pensa que a pessoa recebe o diagnóstico de uma doença grave hoje, ela pode ter uma longa trajetória até a finitude da vida. Por isso, os cuidados paliativos devem ser ofertados desde o momento do diagnóstico em diferentes cenários assistenciais, desde a atenção primária à saúde nos ambulatórios, nos hospitais e em estruturas de internação especializadas em cuidados paliativos. Deve ser ofertado por equipe multidisciplinar que atue de forma interdisciplinar.”
Segundo ela, por serem práticas que envolvem médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, é necessária uma estruturação nacional dos cuidados paliativos a serem capilarizados em termos de implementação de política e de educação permanente em saúde. Dra. Julieta Fripp explica que atualmente no país existem experiências pontuais, mas ainda falta uma política com foco na atenção primária através da estratégia de saúde da família. “Estamos há muito tempo movimentando sobre a importância dos cuidados paliativos, porque precisamos ter uma política pública nesse sentido. Quando se tem dentro do sistema público de saúde essa área do conhecimento a gente garante que o cuidado paliativo chegue a todo mundo que precisa”, reforça.
A I Conferência Livre Nacional de Cuidados Paliativos será realizada, de forma híbrida, no dia 19 de maio, das 13h às 18h. O encontro deve reunir 1 mil pessoas nos pólos presenciais espalhados pelo país e no espaço online. O objetivo é divulgar a importância dos cuidados paliativos, além de garantir a aprovação de propostas e a eleição de delegados para participar da 17ª Conferência Nacional de Saúde, que será realizada de 2 a 5 de julho de 2023, em Brasília.
O evento é destinado a usuários do sistema de saúde, trabalhadores, gestores e todos que se preocupam com a temática. A mesa de abertura contará com a participação de representantes do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional da Saúde. Entre as palestras, haverá uma fala do pesquisador Luiz Augusto Facchini, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), sobre determinantes sociais da saúde e a importância dos cuidados paliativos na saúde pública. Na sequência, participantes promovem discussões para definir propostas relacionadas aos cuidados paliativos. Tudo isso vai gerar um relatório que será incorporado no relatório final da Conferência Nacional de Saúde. “Queremos ter pelo menos 10 delegados oriundos da Conferência Livre presentes em Brasília em julho defendendo a implementação da Política Pública Nacional de Cuidados Paliativos no SUS”, destaca a criadora da Frente Paliativistas. A Abraf é uma das organizações apoiadoras da Frente Paliativista e defende uma política nacional de cuidados paliativos no SUS.
O formulário para inscrição na I Conferência Livre Nacional de Cuidados Paliativos e mais informações sobre o tema, podem ser conferidos no Instagram da @frentepaliativistas