Asma Grave: quando a medicação não controla a doença

A asma é uma das doenças crônicas respiratórias mais comuns, acometendo cerca de 300 milhões de pessoas em todo o…

A asma é uma das doenças crônicas respiratórias mais comuns, acometendo cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Ela é causada pela inflamação das vias aéreas, que pode ser provocada por fatores genéticos ou ambientais, como poeira, poluição ou variações climáticas. Entre os principais sintomas, estão tosse seca, chiado no peito, dificuldade para respirar, respiração rápida e curta, desconforto torácico com sensação de aperto no peito e ansiedade. Nos casos de asma grave, quando a medicação não controla a doença, a intensidade dos sintomas e a limitação do fluxo de ar aumentam.

Para entender melhor as particularidades dos quadros de asma grave, nós conversamos com o dr. Ramiro Dourado, médico pneumologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás.

Quando a asma passa a ser considerada grave?

A asma é considerada grave quando, mesmo em uso correto das medicações inalatórias, o paciente continua com a doença não controlada. Os sinais recorrentes de asma grave são uso frequente de medicação de resgate, necessidade de passagens por emergências em hospitais e/ou uso de corticoide oral.

Toda asma não controlada é grave?

Não. Para considerarmos a asma grave, o paciente precisa estar em uso adequado das medicações inalatórias, em tratamento das comorbidades e mesmo assim permanecer com a asma não controlada.

O que fazer quando há suspeita de asma grave?

O primeiro passo é entender qual o fenótipo, ou seja, qual o “tipo” da asma deste paciente. Isso significa entender quais os mecanismos de inflamação da asma do paciente para saber qual o melhor tratamento para cada caso.

Como deve ser o tratamento de quem tem asma grave?

O paciente deve ser acompanhado por um pneumologista, com experiência no cuidado de asma grave. Além do uso contínuo e correto das medicações inalatórias, podem ser usados também imunobiológicos (medicamentos mais modernos, que agem em pontos específicos do sistema imunológico para controlar inflamações e sintomas).

Como o senhor avalia o acesso no SUS ao tratamento para asma grave?

Nos últimos anos, o SUS conseguiu a incorporação de dois imunobiológicos para o tratamento destes pacientes. No entanto, o acesso a este tratamento ainda é muito desigual no país. Precisamos, para ajudar nossos pacientes usuários do sistema público de saúde, incorporar novas drogas para estes pacientes e, principalmente, melhorar o acesso ao acompanhamento e ao tratamento da asma.

Um paciente pode usar mais de um medicamento imunobiológico?

Até o momento não temos estudos que orientem o uso da associação de dois imunológicos. Por isso, cada paciente deve ser avaliado para escolha da melhor opção de tratamento.

Fisioterapia respiratória é indicada em quais momentos do tratamento?

A fisioterapia respiratória é um importante aliado no tratamento dos nossos pacientes. Estimular exercícios físicos e o acompanhamento com um profissional especializado pode ser extremamente benéfico, principalmente na percepção dos sintomas destes pacientes.

 

Saiba mais:

Você pode consultar aqui o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) resumido de Asma. Trata-se de um documento do Ministério da Saúde com recomendações para o diagnóstico e o tratamento da doença.

Os imunobiológicos são medicamentos que atuam de forma mais específica em vias inflamatórias da asma. Dois imunobiológicos para asma grave estão disponíveis no SUS: o Mepolizumabe e o Omalizumabe.

Outros medicamentos para asma que fazem parte do SUS, segundo o PCDT, são: Budesonida, Bromidrato de fenoterol, Dipropionato de beclometasona, Fosfato sódico de prednisolona, Fumarato de formoterol, Fumarato de formoterol + Budesonida, Omalizumabe, Mepolizumabe, Prednisona, Sulfato de salbutamol, Xinafoato de salmeterol.