Me chamo Maria Daiane de Medeiros Mesquita, tenho 28 anos, sou casada e tenho uma filha de 5 anos. Moro no interior do Rio Grande do Norte, mas precisamente na área rural do município de Rafael Godeiro.
Sou portadora de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). Os primeiro sintomas apareceram em 2021 e a princípio achei que fosse sequela da Covid-19. Aí os sintomas foram se agravando, já sentia dificuldades aos pequenos esforços do dia-a-dia, cansaço pra limpar a casa, falar, andar mais rápido, sentia dor no peito e tontura. Era um cansaço diferente, como se tivesse corrido uma maratona. Conheço o meu corpo e sentia que existia algo de anormal comigo, mas mesmo em meio aos sintomas, preferi ignorar.
Em janeiro de 2023 o cansaço piorou e comecei a apresentar cianose (lábios roxos) aos esforços maiores. Logo, decidi procurar um cardiologista e através do ecocardiograma veio o diagnóstico da HAP. Foi então um choque! Como assim meu coração e pulmão não funcionam bem? Foram dias difíceis. A mente fica desnorteada e me via tomada de emoções, preocupada de não poder desfrutar da minha vida, filha, casamento, família, sonhos… Achava que ia morrer a qualquer momento, já que assim informava o “Dr. Google”.
Com o diagnóstico, me frustrei ainda mais. Difícil aceitar que eu tenho um problema – isso mesmo “problema”, eu não falava que era doença, só os familiares e mais próximos sabiam. Só agora, um ano depois do diagnóstico, estou aceitando, expondo e aprendendo a lidar com a doença. A sua vida muda, fazer as coisas dentro do seu limite e ter que aceitar uma condição que me exige uma rotina de remédios, consultas e exames. Aceitar que existe uma deficiência em mim, mesmo que invisível é estranho. O apoio da família é fundamental após o diagnóstico.
Os profissionais da saúde que me atendem são ótimos comigo. Eles têm uma cuidado especial. Já o tratamento com as medicações de alto custo não é tão acessível. A dificuldade de liberação e a falta dos remédios são problemas.
O que aprendi com a doença foi a Fé. Olhar para o meu criador faz meu semblante radiante. Mesmo em estações da vida que não me trazem alegria, Cristo está sempre disponível para nos entregarmos aos seus pés e cuidados. Sem dúvida, a vida que o criador me deu é a pérola de maior valor vivida com Ele. Sonho com a cura da HAP e que a União e o Governo tenham mais respeito ao tratamento para nossa melhor qualidade de vida. E que o mundo conheça e ajude as pessoas com doenças raras e graves.