Meu nome é Daniela Silvia Patrício, tenho 40 anos, sou casada e professora readaptada há dez anos. Fui afastada da sala de aula por problemas psicológicos e agora lido também com as limitações físicas. Moro em Franca, no interior de São Paulo.
Em 2017 tive um tromboembolismo pulmonar (TEP) bilateral agudo sem nenhuma causa aparente, além do uso do anticoncepcional. Depois disso, foram 5 anos, quatro cateterismos e vários outros exames de sangue e imagem sem que os médicos conseguissem chegar a uma conclusão. Em 2022, a Dra. Flávia Navarro (que conheci através da Abraf) fechou o meu diagnóstico: Insuficiência Cardíaca com fração de ejeção preservada e Hipertensão Pulmonar pós-capilar. Essas características todas tornaram o diagnóstico muito difícil.
Senti muito alívio com o diagnóstico, pois com ele veio um protocolo de tratamento que vem melhorando minha qualidade de vida e sinto que estou sendo tratada de fato. O diagnóstico é fundamental e nos deixa mais seguros.
Aprendi a lutar pela minha vida e a legitimar meus sintomas, independente de qualquer descrédito de profissionais da saúde, colegas de trabalho e familiares. Às vezes é necessário insistir para que as pessoas acreditem quando passo mal. Quem sofre de doenças invisíveis sabe que nem sempre é fácil ser ouvida e respeitada nas nossas limitações.
Apesar de estar num centro de excelência, o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), e ter acesso a todo tipo de exames, sempre senti falta de uma escuta mais empática. Depois de cinco anos, busquei uma segunda opinião e agora estou diagnosticada e medicada. Ainda tenho comprado a maior parte de remédios, que não estão disponíveis pela farmácia popular, mas entrarei na justiça em busca de acesso aos medicamentos.
Meu sonho é voltar a ter mais autonomia. Hoje minha classe funcional é III-IV. Desejo passar pela reabilitação e voltar a caminhar e a cuidar das minhas coisas sozinha.