O projeto Fio da Vida nasceu em dezembro de 2021, dentro do consultório da Dra. Marina de Andrade Lima, médica…
O projeto Fio da Vida nasceu em dezembro de 2021, dentro do consultório da Dra. Marina de Andrade Lima, médica do Hospital Dia do Pulmão de Blumenau, em Santa Catarina. Por meio da iniciativa, pacientes de doenças pulmonares graves e familiares responsáveis por cuidados criam e comercializam produtos artesanais em várias cidades do estado. A proposta valoriza o talento das artesãs, aumenta a auto estima dessas mulheres e contribui para incrementar a renda familiar.
A ideia surgiu depois que a pneumologista ouviu de uma de suas pacientes que se sentia desvalorizada por não conseguir realizar suas atividades em razão das restrições impostas pela doença. Dra. Marina descobriu que o que deixava essa paciente feliz era o artesanato que aprendeu a fazer ainda criança no orfanato em que vivia. Assim, em uma parceria da Abraf e do Hospital Dia do Pulmão, foi criado o projeto Fio da Vida. “Cada fio é uma história de superação e luta que nos inspira”, afirma Rosemari Haak Tieges, coordenadora do projeto e da Abraf em Santa Catarina.
As cinco artesãs das cidades de Blumenau, Laurentino, Jaraguá do Sul e Santa Terezinha vivem com doenças pulmonares como a Hipertensão Pulmonar, Bronquiectasia, Fibrose Pulmonar e DPOC.
“O Fio da Vida é importante pois é onde me sinto viva. Só de ter um trabalho para fazer, como um artesanato que a gente vai apresentar em uma feira, isso dá uma vontade de viver que a gente tira força da onde nem imagina. Não tem como explicar o que o Fio da Vida se tornou pra mim: é ânimo, é energia, é conhecimento e acolhimento com todas as pessoas”, declara a artesã Andreia Ortiz, que tem bronquiectasia e mora em Jaraguá do Sul.
Para Marion Boebel, que vive com Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica (HPTEC), o projeto trouxe um novo sentido para a vida. “Trouxe uma nova perspectiva, um novo foco. É onde me sinto com energia, com vida”. Silvana Bequer, paciente de HAP que vive em Blumenau, comenta que o Fio da Vida a faz se sentir viva ao possibilitar produzir algo que as pessoas possam ver.
Além disso, o grupo também é composto por duas cuidadoras dos municípios de Piçarras e Joinville, que abriram mão do trabalho fora de casa para se dedicar ao cuidado de familiares. “A importância do Fio da Vida é de se sentir alguém que pode ter uma vida além da doença. Se sentir produtivo. Além de ter o convívio e a troca de experiências”, afirma Josiane Martins, mãe e cuidadora de um jovem com HAP.
Entre os trabalhos feitos pelas artesãs estão as técnicas de pontilhismo, amigurumi, crochê e macramê, além de biscuit, gravatas borboletas e laços. O projeto já esteve presente em seis feiras realizadas em Blumenau e Joinville. E no próximo fim de semana, nos dias 12 e 13 de novembro, o Fio da Vida vai participar de mais uma feira do Shopping Park Europeu de Blumenau. A feira vai funcionar no piso térreo do shopping, no sábado das 10h às 20h e no domingo das 10h às 17h.
“A grande conquista do Fio da Vida é o estar juntas, ajudando a outra. Por se tratar de pacientes graves, nem sempre todas conseguem viajar para participar das feiras, mas esse encontro é lindo de ver! Todas sabem que possuem um limite e que deve ser respeitado. Eu amo esse projeto!”, resume Rosemari.