Meu nome é Cris Caprini, sou aposentada, tenho dois filhos, Rafhael e Isaque, e moro junto com meu namorado. Se acostumar com a vida que a gente é obrigada a ter não é fácil, acredito que não é fácil para nenhum de nós.
Eu tive uma TEP (tromboembolismo pulmonar) no parto do meu filho mais novo. Depois disso, eu tinha muita falta de ar, dor no peito, desmaios, precisava ficar internada na UTI porque tudo saía do eixo. Fora o inchaço absurdo que eu acabava tendo e até hoje tenho dificuldade de controlar.
Com a doença eu aprendi ser mais humana, a dar valor nas coisas mais simples que existem, a ser grata por conseguir acordar e ver meus filhos crescerem. No começo, eu fiquei sem nada, a HAP me tirou tudo, mas aos poucos eu consegui reverter a situação e continuo firme, esperando o transplante cardiopulmonar.
Minha família e amigos foram essenciais nisso tudo, principalmente meus filhos, meu sobrinho, e todos meus primos. Sempre fui muito apegada a eles, e eu não podia deixar as coisas desandarem. Eu quero vê-los crescerem e terem uma vida bacana, quero participar das festas de família, fazê-los rirem com as minhas doideiras. Eles não podem ficar sem mim!
Minha equipe médica é SENSACIONAL, sem eles eu não teria chegado aqui, tudo foi muito difícil por conta da distância do hospital, mas sempre deu certo! Eu tenho acesso ao tratamento, mas no começo foi tudo muito difícil, tive que esperar muito tempo para conseguir na rede pública.
Meu sonho é poder respirar de novo, eu esqueci qual boa é a sensação! Ver meus filhos crescerem, se formarem, constituírem uma família. Quero acordar de manhã e ir pra casa de apoio à mulher que eu pretendo abrir, e mostrar para elas que tudo tem um jeito. Mesmo com todas as dificuldades, tem uma saída! Deus ainda faz milagres. Independente de religião, eu estou falando de FÉ. Nós, portadores de HAP, sabemos bem o que é viver por ela.