Aderência a dietas à base de plantas são inversamente associadas ao risco de incidência de IC

Um novo estudo com adultos americanos mais velhos confirma o valor de uma dieta à base de plantas para a…

Um novo estudo com adultos americanos mais velhos confirma o valor de uma dieta à base de plantas para a redução de riscos de incidência de insuficiência cardíaca (IC). O estudo também encontrou que o padrão dietético sulista, rico em comidas fritas e bebidas açucaradas, estava associado a um risco maior de hospitalização por incidência de IC. As descobertas foram publicadas no Journal of the American College of Cardiology (Periódico Americano do Colégio de Cardiologia).

Um grande coorte de adultos norte-americanos negros e brancos sem doença coronariana ou IC foram acompanhados de 2003 a 2007 e também por 2014. (idade média de 64.0±9.1, 58.7% mulheres, 33.6% negros, 34.0% residentes do Stroke belt (região no sudeste dos Estados Unidos que tem sido reconhecida pelas autoridades de saúde pública por ter uma incidência excepcionalmente alta de acidentes vasculares cerebrais e outras formas de doença cardiovascular)). Os participantes concluíram um questionário de frequência alimentar afim de identificar padrões dietéticos e a associação destes padrões à incidência de hospitalizações por IC. A análise dos componentes principais identificou 5 padrões alimentares, incluindo “convenientes”, “alimentos à base de plantas”, “doces”, “sulista” e “álcool/saladas”. Um total de 16,068 indivíduos participaram do estudo.

Os participantes foram categorizados em 4 quartis com base em sua aderência a cada padrão alimentar, com o quartil 1 (Q1) representando a menor adesão/consumo e o quartil 4 (Q4) representando a maior adesão/consumo.

Durante uma mediana de 8,7 anos de acompanhamento, um total de 363 participantes tiveram hospitalizações por incidência de IC. Em modelos ajustados multivariáveis, Q4 do padrão alimentar baseado em plantas teve um risco 41% de FC, significantemente menor comparado com Q1 do mesmo padrão (taxa de risco [TR], 0.59; 95% índice de confiança [IC], 0.41-0.86; P =.004). Os maiores aderentes ao padrão alimentar do Sul tiveram um risco maior de IC 72% na análise ajustada ([TR], 1,72; [lC] 95%, 1,20-2,46; P = 0,005).

A associação entre o Q4 no padrão do padrão alimentar do Sul e a IC incidente deixou de ser significativo nas análises que além disso ajustaram para o índice de massa corporal, circunferência de cintura, hipertensão, dislipidemia, diabetes, fibrilação atrial e doença renal crônica. Também não houve associação entre a IC incidente e os outros 3 padrões alimentares.

Uma limitação do estudo incluiu a dependência nos questionários de frequência alimentar autorreferidos, os quais tendem a erros de memória e vieses.

Os resultados deste estudo possivelmente “apoiam uma estratégia alimentar baseada na população para reduzir o risco de FC incidente”.

Referência

Lara KM, Levitan EB, Gutierrez OM, et al. Dietary patterns and incident heart failure in U.S. adults without known coronary disease. J Am Coll Cardiol. 2019;73(16):2036-2045.

Fonte: Cardiology Advisor

Por: Brandon May

Traduzido por: Lucas Vieiras